Navegando pelas Tradições e Desafios da Pesca na região

A ‘Baleeira’ destaca-se por seu design arrojado e construção artesanal. Feita de madeira, seu casco arredondado imita escamas, conferindo-lhe não apenas uma estética encantadora, mas também propriedades náuticas que a tornam veloz e fácil de manobrar. As tábuas que se sobrepõem, replicando a aparência de escamas, não apenas contribuem para sua beleza, mas também oferecem uma estrutura robusta e resistente.

É uma verdadeira heroína do mar, desempenhando papéis essenciais na pesca artesanal, profissional e amadora. Sua versatilidade não se limita apenas à captura de peixes, mas também se estende ao turismo, transportando passageiros em passeios encantadores pelas águas costeiras de Palhoça. Seu design e modo de construção proporcionam segurança, tornando-a uma escolha confiável tanto para os pescadores quanto para os amantes do turismo marítimo.

Apesar de sua importância cultural e funcional, a ‘Baleeira’ enfrenta desafios significativos em relação à sua preservação. A mudança nas práticas de construção, impulsionada por restrições ambientais, resultou na impossibilidade de utilizar algumas das madeiras tradicionais, como a Peroba, Canela, Cedro e Araucária. A memória dos métodos de construção antigos está agora preservada apenas nas histórias dos mestres artesãos.

Homenagem ao Dia da Baleeira em Florianópolis
Florianópolis reconhece a importância da ‘Baleeira’ ao criar o “Dia Municipal da Baleeira” em 18 de novembro. A escolha dessa data homenageia Alécio Heidenreich, nascido em 18 de dezembro de 1929, um venerável construtor de baleeiras do Ribeirão da Ilha, cujo legado perdura através das cerca de 80 baleeiras que ele construiu ao longo de sua vida. A data não apenas celebra a embarcação como um patrimônio material da cidade, mas também busca reconhecimento para a habilidade de carpintaria naval e a arte dos mestres baleeiros.

Com aproximadamente 300 baleeiras em todo o estado de Santa Catarina, a ‘Baleeira’ continua a ser um elo vital entre o passado e o presente. Sua preservação não apenas garante a continuidade de uma tradição única, mas também destaca a importância de reconhecer o trabalho árduo dos carpinteiros navais e a maestria dos mestres baleeiros que moldaram essa joia marítima. Os pescadores de Palhoça-SC reafirmam seu compromisso com a preservação de sua rica herança marítima, honrando a ‘Baleeira’ como uma verdadeira guardiã das águas catarinenses.